Há muitas e diferentes maneiras de se montar um texto. Existem os que pensam em começar a escrever a partir da famosa "inspiração". Ficam horas esperando cair algo mágico no pensamento, para que aquilo se torne um bom argumento, o que vamos considerar logo de antemão que isso poderia até funcionar, mas não para algo lógico e convincente como se espera de uma dissertação argumentativa. Talvez fosse uma boa estratégia para as narrativas, por exemplo.
No entanto, medidas como chuva de ideias, desdobramento da palavra-chave, escolha de um tópico frasal podem ser úteis, mas nada disso garante uma eficácia no desenvolvimento e qualidade dos argumentos. Encontramos muitos problemas em texto de concursos como: a fuga ao tema, a contradição, a redundância, a falta de organização lógica dos argumentos e, muito disso, em função de muitos alunos preferirem ir escrevendo à medida que vão pensando sobre o assunto.
Nesse sentido, pensamos que é categórico o aluno saber conduzir seu texto antes de começar a escrevê-lo, para evitar problemas desse tipo. Para isso, após selecionar sua tese, o aluno deve listar, num rascunho, todas as suas ideias/argumentos sem censurar, nem descartar nada. Nessa etapa, é fundamental não ser crítico consigo mesmo para que tenhamos um material extenso a ser trabalhado.
Após isso, nossa tarefa é organizar essas ideias, eliminando aquelas que não atendem diretamente ao tema e associando aquelas que são afins.
Nesse momento, o aluno precisa lembrar que cada tópico deverá corresponder a um parágrafo, e, com isso, o senso crítico deve vir à tona: devemos pensar na relevância, na originalidade, na solidez das ideias selecionadas. Por fim, temos que organizar nossos argumentos segundo um projeto de redação.
Sugerem-se, inclusive, algumas perguntas que o aluno pode fazer na hora de criar esse roteiro:
a) O que eu pretendo defender?
b) Qual a relevância de eu apresentar este tópico?
c) Qual o desdobramento desse item?
d) Estou montando uma linha de raciocínio coerente com a minha tese principal?
b) Qual a relevância de eu apresentar este tópico?
c) Qual o desdobramento desse item?
d) Estou montando uma linha de raciocínio coerente com a minha tese principal?
Deve-se pensar na fluidez do texto, na sequência lógica de ideias, na gradação crescente dos argumentos até chegarmos à conclusão. Com certeza, trata-se de um processo de extrema importância para quem pretende escrever um bom texto. Veja abaixo as etapas de construção do planejamento até a produção final.
a) Interpretação e compreensão da frase-tema
• Analisar a estrutura da frase-tema;
• Identificar a palavra-chave;
• Observar elementos de restrição ou de ampliação.
• Identificar a palavra-chave;
• Observar elementos de restrição ou de ampliação.
b) Levantamento de ideias
• Montar uma estratégia de brainstorming - anotar tudo no papel que venha à mente naquela hora;
• Buscar os porquês daqueles pontos;
• Sugerir exemplos/situações notórias para fundamentar exposições.
• Montar uma estratégia de brainstorming - anotar tudo no papel que venha à mente naquela hora;
• Buscar os porquês daqueles pontos;
• Sugerir exemplos/situações notórias para fundamentar exposições.
c) Seleção e organização dos argumentos
• Decidir quais ideias mais relevantes para o raciocínio final;
• Criar a sequência coerente entre os pontos escolhidos;
• Proporcionar um clímax crescente - o último argumento tende a ser o mais impactante.
• Decidir quais ideias mais relevantes para o raciocínio final;
• Criar a sequência coerente entre os pontos escolhidos;
• Proporcionar um clímax crescente - o último argumento tende a ser o mais impactante.
d) Elaboração final
• Checar todas as partes do texto;
• Verificar a relação entre os parágrafos;
• Tentar montar um "algo a mais" - uma estratégia diferenciada para a conclusão ou um texto-circuito.
• Checar todas as partes do texto;
• Verificar a relação entre os parágrafos;
• Tentar montar um "algo a mais" - uma estratégia diferenciada para a conclusão ou um texto-circuito.
De fato, as mudanças estruturais na educação brasileira, sobretudo na última década, têm tido enorme influência nos modelos de vestibular. Uma das consequências mais evidentes diz respeito à forma de apresentação das propostas de redação. Antes limitados a duas ou três frases, muitas vezes enigmáticas, os temas passaram a incluir fragmentos de textos teóricos, trechos de leis, letras de música, poemas, charges e fotografias, enfim, uma coletânea de ideias e informações para ajudar o aluno a construir seu texto.
Dessa maneira, o ato de redigir propriamente dito é antecedido de um ato de leitura. A rigor, é com o material fornecido pela Banca que o aluno saberá orientar sua redação sem se perder nos inúmeros caminhos que lhe ocorrem ao ler o tema. Ao mesmo tempo, ele deverá exercer — e demonstrar — sua capacidade de absorver o conteúdo apresentado, adaptando-o a seu projeto de texto, como que numa atividade de reciclagem criativa.
Com frequência, porém, os candidatos confundem uso com cópia ou citação literal. A esse respeito, cumpre lembrar que os fragmentos fornecidos precisam ser interpretados para que se aproveite deles apenas o essencial. Com essa compreensão, o aluno passa a associar as informações e ideias apresentadas, somando-as às suas. Só assim, ele terá utilizado de forma inteligente e ativa a coletânea. Mais uma vez, portanto, não existe uso fácil; por outro lado, para quem não tem medo de pensar, eis uma excelente oportunidade de enriquecer a redação.
Para fazer uma utilização inteligente dos textos da coletânea, é preciso ter uma postura ativa no momento da leitura. Sublinhar palavras ou frases, reler o fragmento várias vezes, sintetizar a idéia central, estabelecer relações com outras ideias, refletir sobre o texto são algumas das tarefas a serem cumpridas.
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